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Resiliência e competências pessoais

Resiliência pode muito bem ser a palavra de 2020. Num ano tão atípico, ser resiliente constituiu um recurso muito importante para manter a saúde mental e conseguir “respirar”, no meio de tantas mudanças e imprevisibilidades.

“O que não me mata torna-me mais forte.”

Com certeza já ouviu esta frase de Nietzsche, que pode ser um bom resumo deste conceito de resiliência. Na verdade, este termo surge da física, sendo a capacidade que os materiais têm de resistir a algum impacto ou situação de tensão, conseguindo recuperar a sua forma original.

Aplicada à psicologia, refere-se à capacidade que o ser humano tem de resistir às adversidades sem perder o foco ou quebrar emocionalmente, conseguindo “recuperar a sua forma original”, tal como acontece na física.

Além de superar as adversidades, a resiliência pressupõe também que haja alguma aprendizagem com a situação. Não significa que não haja alguma “deformação do material” durante o processo, mas, num balanço final, é positivo que haja superação.

Importa também distinguir resiliência de algo em que estamos a insistir em vão. Ser resiliente não significa aguentar tudo. O custo emocional de manter algumas situações (sejam laborais, pessoais ou de outros âmbitos) pode ser muito alto, pelo que é muito importante analisar a situação e perceber se resistir a ela terá mais ganhos ou perdas.

Ser resiliente não significa aguentar tudo. O custo emocional de manter algumas situações (sejam laborais, pessoais ou de outros âmbitos) pode ser muito alto, pelo que é muito importante analisar a situação e perceber se resistir a ela terá mais ganhos ou perdas.

 

 

O QUE INFLUENCIA A RESILIÊNCIA?

Esta capacidade não é estática, ela pode ser estimulada e desenvolvida. Existem alguns fatores que ajudam no seu desenvolvimento, como a facilidade ou não em criar empatia, as relações familiares positivas ou a facilidade em ter uma visão otimista das situações.

Por esta razão, algumas pessoas terão mais facilidade em desenvolvê-la, em relação a outras, mas ela está ao alcance de toda a gente.

A PANDEMIA E A RESILIÊNCIA

Em 2020, este conceito ganha ainda mais destaque. Num ano de desafios extremos, perante tantas mudanças e tão rápidas e esta incerteza constante, trabalhar a resiliência pode ajudar a gerir esta situação de uma forma menos pesada. 2020 recordou-nos que não há nada garantido, não temos o controlo das situações e somos todos dependentes uns dos outros. 2020 fez-nos dar mais valor à liberdade, às pessoas que mais amamos e à importância de cuidarmos de nós. Verbos como adaptar, resistir, mudar ou flexibilizar fazem-se notar e reclamam, todos os dias, o seu espaço. Muito espaço!

2020 foi, sem sombra de dúvida, o ano da resiliência.

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6 DICAS PARA TREINAR A SUA RESILIÊNCIA

Mas então, como ser mais resiliente? Como treinar esta capacidade tão importante? Há vários caminhos, mas destaco 6 formas de treinar esta capacidade:

1. Identifique crenças limitadoras

Aquilo que acreditamos sobre nós e as nossas capacidades ditam muito do que somos ou não capazes. Muitas vezes, criamos barreiras a nós próprios, por acreditarmos que não conseguimos fazer mais. Vale fazer um “refresh” às nossas crenças e atualizar essas informações.

2. Tenha uma atitude positiva

Olhar para as coisas com uma atitude positiva não acontece de um dia para o outro. Ter foco na solução e não no problema pode ser uma boa forma de começar. Grande parte das situações têm pontos positivos e negativos. Não se trata de ignorar os pontos negativos, mas escolher olhar para os positivos e construir a sua resposta a partir daí.

3. Olhe para as coisas de outras perspetivas

Flexibilizar o seu olhar é uma grande ajuda. Há sempre detalhes que escapam à primeira, quando estamos formatados para olhar para as situações de uma determinada forma. Esses detalhes poderão fazer a diferença entre superar ou não determinado desafio.

4. Nutra as suas relações

As “nossas” pessoas são uma ajuda fundamental na superação e gestão de desafios. Manter uma relação saudável com elas ajuda-nos a ser mais resilientes e a resistir às adversidades com um maior suporte. Valorize a sua rede de apoio.

5. Treine a flexibilidade

A flexibilidade, juntamente com a atitude positiva, são dois fatores determinantes no treino da resiliência. Uma mente flexível consegue mais facilmente superar as dificuldades.

6. Aprenda com os erros

Todas as experiências trazem aprendizagens. Aprender – principalmente – com o que correu mal, vai dar-lhe ferramentas para lidar com situações futuras. O objetivo não deve ser não cometer erros, mas sim cometer erros diferentes.

Uma nota final para relembrar que, sem auto-observação e autocuidado, não existe treino de resiliência ou de qualquer outra competência. Tudo começa sempre em nós, em prestarmos atenção às nossas emoções, acolhendo-as e ouvindo o que têm para nos dizer.

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