O último trimestre chega sempre com aquela sensação dupla: ainda há tempo para conquistar metas, mas há também algum cansaço acumulado dos meses anteriores.
É fácil cair na lista infinita de “tenho de”: tenho de fechar projetos, organizar a casa, de cuidar da alimentação, de estar em todas.
Só que nem sempre aquilo que preenche a tua agenda corresponde ao que é verdadeiramente importante. Muitas vezes, os “tenho de” não passam de expectativas externas, hábitos automáticos ou comparações com os outros. E quando dás por ti, fechaste mais um ano sem a sensação de ter vivido a tua vida.
O último trimestre pode ser um período de clareza e escolhas conscientes, se parares um pouco para redefinir prioridades.
Porque faz sentido fazer esse balanço neste momento do ano?
Segundo a Harvard Business Review, pessoas que revêm objetivos em ciclos mais curtos conseguem manter maior foco e motivação, além de reduzirem a sensação de desgaste. Não é preciso esperar pelo dia 1 de janeiro. O final do verão e início do último trimestre do ano é o momento ideal para refletir, ajustar e alinhar prioridades de forma prática.
Três perguntas que mudam tudo
Antes de tudo, reflete:
O que é realmente importante para mim neste momento?
Nem tudo o que parece urgente é essencial. Uma das formas de distinguires os dois é perceberes aquilo que vai – mesmo – fazer diferença quando chegares a dezembro.
De que é que posso abrir mão?
Eliminar ou delegar é tão valioso quanto acrescentar. Ao dizeres não a algo, abres espaço para dizer sim a outras coisas que podem ser mais importantes para ti neste momento.
Como quero sentir-me no final deste ano?
Começar pelo fim ajuda a alinhar escolhas. Se queres chegar a dezembro com leveza, talvez o foco não deva ser acumular mais tarefas, mas sim cuidar melhor de ti.
Do “tenho de” ao “quero escolher”
Aqui vai um exercício simples:
– Escreve os teus “tenho de” num papel;
– Ao lado, transforma cada um numa escolha consciente;
– Por exemplo: em vez de “tenho de ir ao ginásio”, escreve “quero cuidar do meu corpo porque me dá energia”;
– Em vez de “tenho de terminar este projeto”, escreve “escolho dedicar-me a este projeto porque ele vai abrir espaço para novas oportunidades”.
A forma como falas contigo molda a forma como vives os teus objetivos. Quando trocas obrigação por escolha, diminuis a pressão interna e aumentas o compromisso.
Ambição e bem-estar podem coexistir
Definir prioridades reais não significa abdicar de sonhos. Significa escolher com clareza. Como defende James Clear, autor de Hábitos Atómicos, pequenas escolhas consistentes ao longo do tempo têm mais impacto do que grandes esforços ocasionais. São os detalhes, as pequenas escolhas que parecem não ter importância, que vão contar no final.
Por isso, tenta equilibrar metas profissionais e pessoais com pausas e momentos de descanso. E não basta planear tarefas: agenda também espaços de pausa, convívio e até tempos vazios. O teu cérebro precisa de repouso para recuperar e ganhar criatividade.
Fecha o ano em equilíbrio
O próximo ano começa agora. E o que escolheres hoje pode ser a diferença entre fechar o ano em piloto automático ou sentir que viveste de forma plena.
O segredo não está em fazer mais, mas em fazer o que realmente importa.
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