“Depois de todos os acontecimentos (…), e depois de me dedicar de corpo e alma a tudo o que aconteceu e que me desgastou, quando tudo passou, acho que senti uma sensação de solidão. Porque enquanto estive lá para tudo e para todos, eu estava dedicada. E no final, ninguém esteve dedicado a mim. Então quando parei caiu tudo em cima e acho que a solidão foi o sentimento maior. Porque na prática, tive momentos tão stressantes e tão seguidos uns dos outros, que estava em função automática de resolver, sem perceber o que me afectava. Quando parei, senti-me sozinha com toda a tristeza e sem saber o que fazer.”
Raquel (nome fictício)
O nome pode ser fictício, mas o testemunho é real. E, infelizmente, é algo comum a muitas pessoas que acompanhamos: a solidão.
Estar presente para os outros, dar apoio, resolver, facilitar. E, no fim, o que fica é um sentimento crescente de solidão, uma solidão rodeada de pessoas.
O que acontece quando paramos?
As férias são muitas vezes vistas como o tempo de descanso perfeito. Mas parar pode ter um efeito inesperado: trazer à superfície tudo aquilo que fomos guardando enquanto estávamos ocupados a resolver problemas, a trabalhar, a cuidar dos outros. É como se, no momento em que o corpo abranda, a mente dissesse: “ok, agora já podes olhar para isto”. E, de repente, o peso acumulado cai em cima, sem aviso, sem amparo, sem que saibas o que fazer com ele.
Viver em piloto automático
Em fases muito exigentes, é comum entrar em “modo automático”. É o corpo a tentar proteger-nos: resolvemos, avançamos, cumprimos. Mas, ao desligarmos do que sentimos, vamos adiando o confronto com as emoções. Mais cedo ou mais tarde, esse confronto chega.
A solidão que dói mais
A solidão de estar rodeado de pessoas não é sobre ausência física. É sobre não ter espaço para receber cuidado, atenção, escuta. É uma solidão silenciosa, que pesa ainda mais quando não se sabe como partilhá-la.
As férias como espelho
Ao parar nas férias, criam-se as condições para reparar nas emoções que foram escondidas, ignoradas, abafadas. É nesse espaço que muitas pessoas percebem que estão exaustas, tristes, ansiosas ou com um sentimento de vazio. Não porque “de repente ficaram assim”, mas porque finalmente tudo o que ficou pendente ganhou espaço para se manifestar.
Quando procurar ajuda psicológica
Se te revês no testemunho da Raquel e sentes que o parar trouxe à tona solidão, tristeza ou ansiedade, isso pode ser um sinal de que é tempo de pedir ajuda.
A psicoterapia pode ajudar-te a:
– Dar sentido ao que sentes e ao que viveste
– Encontrar estratégias para lidar com a ansiedade, o stress e a solidão
– Recuperar energia e motivação
– Criar espaço para cuidares de ti, não apenas dos outros
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