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Guia de Sobrevivência para Férias em Família

No artigo desta semana, deixamos-lhe 7 estratégias para diminuir os conflitos que podem surgir nas férias e aumentar a conexão familiar.

Seja ou não em tempo de férias, o tempo que os casais e familiares passam juntos ou que os pais estão com os filhos, de uma forma presente e sem distrações, contribui para reforçar os laços e melhorar a comunicação.

Numa rotina que recupera cada vez mais uma normalidade pré-pandemia, grande parte do tempo em família, durante as semanas de trabalho e de escola, é passado a tratar de temas ligados à gestão diária e familiar. Questões práticas que ocupam muito tempo, atenção e energia mental, colocando todos mais no “modo fazer” e menos no “modo sentir”, com uma conexão de qualidade.

Os tempos de pausa como as férias são, assim, uma oportunidade para se estar com as pessoas com quem partilhamos casa e laços afetivos próximos, com mais tempo, com mais atenção de qualidade e disponibilidade para conviver, sem a imposição de horários ou tarefas.

Apesar de serem boas notícias, esta maior convivência, juntamente com a logística envolvida, pode ser geradora de alguns desafios. Em período de férias, onde o convívio será necessariamente maior, vão existir timings diferentes, opiniões diferentes e formas de estar diferentes. Tudo isto já existia antes, mas ganha um maior destaque neste contexto de maior proximidade.

É preciso que todos façam a sua parte para tornar esta experiência em algo enriquecedor e que nutra de verdade estas relações, que são tão importantes para o nosso equilíbrio e bem-estar. É fundamental garantir que as suas férias são revigorantes e não mais um contexto de desgaste.

Veja de seguida sete estratégias para facilitar o convívio em tempo de férias e potenciar a qualidade desta experiência.

7 estratégias para tirar o melhor do seu tempo de férias

(e não só)

1. Menos expectativas idealizadas e mais foco no aqui-e-no-agora

Um fator que tende a interferir negativamente com o tempo de férias passa pela antecipação idealizada destes dias. “Finalmente uns dias totais de paz”, “vai ser maravilhoso estar o dia todos com os miúdos”, “tenho tantas saudades de estar em família”. Quanto mais projetar cenários futuros, menos se permitirá viver a realidade real. Por isso, procure antecipar menos e viver mais, aqui e agora. Se quiser visualizar ou focar-se no que deseja que aconteça, faça-o com a noção de que é uma intenção e numa uma garantia, e mobilize-se então para o que pode fazer no seu campo de ação e de poder para aumentar a probabilidade que isso aconteça. Sempre com algum orçamento para imprevistos e para desencontros, porque afinal os tempos de férias são tempos de vida, como outros quaisquer.

2. Respeite o espaço e necessidades de cada um

Passar férias em família é compatível com cada elemento ter o seu espaço. Considerando as características de cada pessoa, definam momentos partilhados por todos e momentos de diferenciação. Talvez o jantar possa ser uma refeição que queiram que todos partilhem, mas alguém pode ir para a praia mais cedo e outra pessoa pode só ir mais tarde ou nem ir. É importante que os adultos dialoguem entre si para garantirem que as suas necessidades individuais têm uma mínima satisfação diária e que as características dos mais novos e energia diária vai sendo respeitando e gerida com mais flexibilidade do que autoridade.

3. Tome decisões em conjunto

Uma das estratégias que mais aumenta adesão coletiva e diminui conflitos é envolver todos os elementos em decisões familiares, mesmo os mais pequenos, mal tenham essa capacidade. Pode não alcançar satisfação plena de todos, mas pode fazer-se por garantir que todos têm um momento do dia que os satisfaz mais e a criar-se este espaço de escuta ativa de cada elemento, também se aumenta o envolvimento e a sensação de integração.

Não existem certos e errados absolutos na nossa vida, pelo que flexibilidade é uma competência importante a trazer para estes momentos, com respeito por todos. Uma criança, mesmo pequena, tem o direito a ser escutada e envolvida. E assim, tenderão a viver-se dias mais harmoniosos entre todos.

4. Menos agendas cheias e mais ativação dos sentidos

Um tema que gera stress em tempo de férias é querer aproveitar-se tudo intensamente e de uma vez. Pretende-se fazer todas as atividades que a agenda cultural aconselha naquela zona, aproveitar-se todos os eventos, seguir-se os passos que os outros pais partilharam para sermos “bons pais”. Contudo, esta avidez de se viver o máximo e aproveitar-se intensamente as 24 horas dos dias de férias, tende a gerar tensão, atropelo das necessidades, ritmos e perfis individuais, e sobretudo a fomentar mais frustração que prazer.

Ao início de cada dia de férias, foque-se em objetivos ligados à sua qualidade de atenção, à sua ativação de sentidos e à qualidade da partilha. Mais do que projetar um dia demasiado rígido, promova objetivos como: “quero ser capaz de ouvir o meu corpo a cada momento, esteja onde estiver”, “quero usufruir de cada espaço, mesmo que esteja todo o dia só no mesmo espaço”, “quero permitir ao meu corpo estar com quem me rodeia de forma inteira”.

Umas boas férias são umas férias em que se respeita, em que nutre o seu corpo e o seu cérebro com aquilo que lhe faz falta e fomenta bem-estar, sejam dias cheios de atividades, sejam dias mais lentos.

5. Divisão de tarefas

Principalmente no caso de adultos que viajam com crianças, o período de férias pode tornar-se tão ou mais cansativo que um dia de trabalho regular. Por isso, entre adultos, definam um plano de divisão de tarefas, simplifiquem ao máximo a logística nesta época e envolvam os mais pequeninos na gestão de tarefas, sempre que possível. Tendo naturalmente em conta a idade das crianças e a necessidade de supervisão, pode contar com os mais pequenos para ajudar a fazer a cama, lavar/arrumar louça, colocar a mesa, ou arrumar brinquedos na praia, por exemplo.

6. Menos tecnologia, mais escuta ativa

Raramente ouvimos – de verdade – as outras pessoas. Aproveite este momento em dias mais lentos para algum detox de tecnologia e para mais escuta ativa. Promova jogos entre adultos e crianças, momentos de diálogo de qualidade, de escuta ativa, de partilhas genuínas. Assim, garante que se podem conectar mais e melhor. Pode colocar umas perguntas chave num pote para facilitar o desbloqueio de comunicação, podem fazer jogos com desenho ou mímica, podem expressar-se por movimentos ou danças.

A ideia é saltar dos ecrãs e dos dias em contrarrelógio para momentos mais vagarosos e com os sentidos mais estimulados. Podem falar-se sobre coisas sérias ou menos sérias. Permita sobretudo espaço para acolher o que surge e assim garantir proximidade real com as pessoas que ama.

7. Brinque e divirta-se!

Muitas vezes os adultos esquecem-se de brincar, de se divertir. Permita-se trazer doses de lazer e prazer para a sua vida e para os seus tempos de férias. Não se leve tão a sério, todo o tempo. Sujou-se com areia, então ria-se disso.

O seu carro tornou-se num baú de areia e brinquedos perdidos? Procurem então tesouros dentro do carro. Os vidros estão cheios de dedadas? Faça desenhos então, antes de o ir lavar. Relaxar é um grande desafio quando nos habituamos a dias cheios de fazer, mas está sempre a tempo de reaprender esta competência tão fundamental.

Lembre-se: não tem de ser perfeito, tem de funcionar e ser suficientemente bom para todos. Necessidades que identifique em tempo de férias, logo pode considerar em planos de concretização quando retornar. Se precisar de ajuda, peça. Siga as nossas sugestões e aproveite da melhor forma este tempo em família.

Boas férias!

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