Um artigo da CNN Portugal que contou com a colaboração da psicóloga clínica da equipa, Estefânia Marques.
São cerca de 2,5 milhões os portugueses entre os 18 e os 65 anos que não têm capacidade para pagar uma semana de férias fora de casa – e a maioria deles trabalha. Muitas famílias nesta situação optam por não falar com o receio de serem estigmatizadas.
Portugal é o sétimo país da União Europeia onde este cenário mais se repete, com 38% dos adultos entre os 18 e os 65 anos nesta situação, segundo os dados do Eurostat e da Confederação Europeia de Sindicatos. À frente ficam Roménia (56%), Grécia (53%), Croácia (49%), Chipre (49%), Bulgária (39%) e Hungria (39%).
“Precisamos mesmo de fazer paragens”, resume a psicóloga Estefânia Marques. O descanso é essencial para a saúde mental. E, sem ele, o risco de ansiedade é real. “Começa por aí e pode escalar para muitas outras situações”.
Por isso, é importante, mantendo o equilíbrio financeiro, desenvolver estratégias para, ao longo do tempo, ir assegurando o melhor nível de descanso possível.
Fica o alerta: não é só nas férias que se pode parar e aproveitar o que há de bom na vida. “Há estratégias que podem ser adotadas: dar um passeio, conhecer sítios perto da área de residência, fazer passeios em família ou a dois, fazer um desporto”, aponta Estefânia Marques. Resumindo: ser criativo com o que há à mão. Com a diferença de que, nas férias, há mais tempo para fazê-lo, sem pressas ou preocupações.
O espírito positivo é também uma das formas de evitar que as férias passadas em casa possam ser um motivo de ansiedade. A perspetiva deve passar por fazer planos, não desistir dos sonhos. “A lógica é: ‘Este ano não dá, talvez para o ano já consiga’. Ver sempre o copo meio cheio e não meio vazio. Embora seja difícil em muitas circunstâncias”.