Conheça este conceito de gestão de equipas capaz de desenvolver competências como o foco, a resiliência e a empatia, com inúmeros benefícios para pessoas e organizações.
Gerir pessoas é, talvez, das tarefas mais desafiantes que existem. Cada pessoa é única, com necessidades, objetivos e contextos igualmente únicos. O que funciona para uma pessoa, não funciona necessariamente para outra.
Um dos maiores desafios na coordenação de equipas é conseguir manter a motivação e uma boa comunicação entre todos. Uma tarefa difícil, mas não impossível.
A liderança mindful é um conceito de gestão que se baseia na prática de mindfulness, ou treino de atenção plena. Esta prática promove um ambiente saudável dentro das organizações, estimulando a produtividade e a criatividade.
É um estilo de liderança mais consciente e centrado nas pessoas, promovendo maiores níveis de satisfação, bem como um aumento da motivação e, por consequência, produtividade.
Mas vamos começar pela base: o mindfulness.
Mindfulness: o ponto de partida
O mindfulness, ou treino de atenção plena, é uma prática que promove o foco no aqui e no agora. Na maior parte das vezes, estamos desligados de nós e do presente. Fazemos as coisas em piloto automático, projetamos cenários e revivemos demasiadas vezes coisas que já aconteceram.
Não que seja negativo pensar no futuro ou olhar para o que já aconteceu, mas viver o presente mantém-nos “aqui”, ligados a nós.
Se não estivermos “aqui”, mais facilmente perdemos o contacto connosco e com as nossas necessidades, e mais facilmente tomamos decisões desalinhadas com o nosso propósito. Se não nos sentimos, se não estamos, como podemos saber aquilo que precisamos?
À medida que esta prática é desenvolvida (existem várias técnicas, por exemplo, através da meditação, da ligação à natureza ou do journaling), vai nascendo uma maior autoconsciência, maior capacidade (e mais facilidade) em estar presente. É como um músculo que se desenvolve. Para isso, é preciso consistência e paciência, pois os resultados não são imediatos.
Com o tempo, vai ganhando uma maior consciência de si, que se reflete em ações / decisões mais adequadas com os seus valores, abandonando um registo reativo, tão comum em estados de “piloto automático”.
Mindfulness parte de dentro de cada um de nós e aplica-se a várias áreas da vida, desde as relações pessoais, passando pela alimentação ou até a gestão financeira. No entanto, neste artigo, vamos focar-nos na liderança de equipas.
Se não estivermos “aqui”, mais facilmente perdemos o contacto connosco e com as nossas necessidades, e mais facilmente tomamos decisões desalinhadas com o nosso propósito. Se não nos sentimos, se não estamos, como podemos saber aquilo que precisamos?
Liderança mindful: o que é?
Quando falamos em liderança mindful, falamos de uma gestão de equipas mais consciente e sustentável, com grande foco nas pessoas, mais do que nas ferramentas de trabalho ou modelos pré-definidos de produtividade.
Esta abordagem, cientificamente fundamentada e comprovada, permite que sejam tomadas decisões menos impulsivas, aumenta o estado de clareza, promove uma comunicação mais empática e cultiva um maior estado de atenção entre toda a equipa.
Pessoas que se sentem ouvidas e sabem claramente o que é esperado delas têm tendência a ser mais produtivas, criativas e conscientes.
A prática de atenção plena vai fazer com que seja mais fácil colocar-se no estado de espírito certo para que esteja atento ao seu discurso, comportamentos, pensamentos e emoções, ganhando uma maior consciência de tudo isto.
10 benefícios de uma liderança mindful
1. Aumenta a produtividade
2. Diminui o stress e ansiedade
3. Desenvolve a empatia
4. Aumenta a criatividade
5. Promove uma relação mais coesa entre toda a equipa
6. Diminui a reatividade e aumenta a ponderação
7. Estimula a consciência não crítica
8. Traz mais clareza
9. Potencia o foco
10. Promove o autoconhecimento
6 dicas para desenvolver uma liderança com base no mindfulness
Deixamos-lhe 6 dicas a ter em conta no desenvolvimento de uma liderança mindful, sem esquecer que este é um caminho de conhecimento interior, que requer tempo para ser percorrido.
1. Desenvolva uma maior consciência de si mesmo
Tudo começa por si. Se pretende ter uma equipa mais consciente, mais atenta e focada, então comece por si. Quanto maior a consciência que tiver de si mesmo, maior a capacidade que vai ter de liderar equipas de uma forma mindful.
2. Lidere pelo exemplo
As suas atitudes e comportamentos terão influência direta na sua equipa, e deve estar bem consciente disso, para promover uma maior ligação com as pessoas, bem como mais confiança.
3. Equilibre emoções
A meditação deve ser a ferramenta mais poderosa de um líder mindful. Deve entrar em contacto consigo, com os seus sentimentos, detetando mais facilmente estados de zanga ou perturbação. Desta forma, será mais fácil ter a consciência necessária para não atuar por impulso e tomar decisões que possam ter um impacto negativo na sua equipa. Uma pessoa com as emoções reguladas, mais facilmente será compreensiva e solidária com quem a rodeia.
4. Lidere com humildade
Uma liderança humilde (não confundir com fraca ou insegura) permite a quem coordena equipas reconhecer os seus próprios pontos fortes e fracos, bem como receber feedback honesto sobre as suas ações e olhar para si como alguém com falhas e que está a tentar fazer o melhor a cada dia.
5. Reconheça o trabalho da equipa
Reconhecer o trabalho de alguém da sua equipa é, talvez, das ações mais importantes para manter a pessoa motivada e empenhada no seu trabalho. Muitas vezes, são estes detalhes que faltam na liderança diária, que apenas dá feedback quando é necessário corrigir alguma coisa.
6. Comunique com empatia
A empatia deve fazer parte do dia a dia de um líder mindful. Críticas e reparos fazem parte da vida de uma organização, mas sempre tendo em atenção a forma como comunica com a sua equipa. Faça-o da forma mais honesta possível, colocando-se no lugar do outro.
A liderança mindful é uma excelente ferramenta para liderar equipas em tempos de pandemia, mas não só!
Um estilo de gestão que se baseie mais nas pessoas, do que em ferramentas ou regras fechadas de produtividade, terá melhores resultados a longo prazo.