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Empatia em Tempos de Pandemia

Se houve algo que a pandemia nos mostrou, é que estamos todos dependentes uns dos outros. As nossas ações impactam diretamente na vida de quem nos rodeia. Agora, mais do que nunca, precisamos de olhar para o lado, sem julgamento e com empatia.

O que é ser empático?

O dicionário define empatia como a “faculdade de compreender emocionalmente; capacidade de se identificar com outra pessoa e de partilhar os seus sentimentos e motivações” (fonte: infopédia).

Esta capacidade de se colocar no lugar do outro é talvez uma das características mais nobres do ser humano. Só através desta ligação e compreensão é possível desenvolver uma relação saudável com outra pessoa, seja de que natureza for.

Todos fazemos suposições sobre as outras pessoas e tiramos conclusões acerca dos seus comportamentos e atitudes. É importante relativizar esta análise, perceber que cada pessoa é única e que, ao colocá-la dentro de algumas “caixinhas”, não temos reunidas todas as informações necessárias para tirar essas conclusões.

Importa desligar este “piloto automático” de suposições e olhar para o outro como ser único que ele é, com curiosidade e genuína vontade de o entender.

Sempre que avaliamos as pessoas segundo as nossas crenças, definindo o que é “certo” ou “errado”, não estamos a ser empáticos.

Podemos definir três tipos de empatia:

  • Cognitiva: capacidade de entender os sentimentos do outro;

  • Emocional: capacidade para sentir o que o outro sente;

  • Compassiva: capacidade para identificar as necessidades do outro.

Do que depende a empatia?

A empatia é uma capacidade cognitiva cujo desenvolvimento depende do contexto onde o indivíduo se desenvolveu (como a educação, socialização e a cultura). Ou seja, apesar de ser uma competência cognitiva, ela é também aprendida, podendo desenvolver-se mais ou menos, dependendo de ser ou não estimulada.

Se uma criança for educada numa família onde a empatia não tenha muito destaque, então terá mais dificuldade em desenvolver essa capacidade.

Sempre que avaliamos as pessoas segundo as nossas crenças, definindo o que é “certo” ou “errado”, não estamos a ser empáticos.

Empatia em tempos de pandemia

A pandemia mostrou-nos algo muito óbvio, mas que nem sempre está presente: estamos todos dependentes uns dos outros e todos precisamos uns dos outros. De repente, as nossas ações passaram a impactar muito diretamente a vida da outra pessoa (ex: usar ou não máscara, manter ou não o distanciamento físico).

Esta noção de comunidade ficou muito mais presente, o que não quer dizer que todas as pessoas tenham ficado mais empáticas. Se por um lado, isso aconteceu com algumas pessoas, por outro, outras tornaram-se mais autocentradas e focadas na sua vida e dificuldades.

Acima de tudo, este está a ser um período de grandes desafios para todos (com diferentes intensidades), e cada pessoa está a responder da melhor forma que consegue.

Independentemente da resposta de cada pessoa a esta situação, está a ser um momento para repensar a forma como vivemos as relações sociais, sendo um assunto que está na ordem do dia.

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5 passos para desenvolver a empatia

Tal como outras competências sociais, também a empatia pode ser desenvolvida. Como?

1. Mantenha a curiosidade

Como falado acima, o tal “piloto automático” das suposições deve ser desligado. Quem é esta pessoa que está à minha frente? Qual a sua história? Qual a sua visão?

2. Saia da sua “bolha”

É muito comum nos rodearmos de pessoas que pensam da mesma forma que nós. De repente, o nosso mundo fica limitado a esta bolha de pessoas e conteúdos que corroboram a nossa visão.

De vez em quando, saia daí. Ouça outras pessoas, mesmo que pensem de forma diferente. Não tem de partilhar a mesma visão, mas desafie-se a alargar os seus horizontes e, quem sabe, até encontrar alguns pontos em comum. É um ótimo treino de empatia.

3. Avalie os seus preconceitos

Todos nós temos preconceitos, que acabam por limitar enviesar a forma como olhamos para as coisas e formamos opiniões. No entanto, esteja atento, para que possa mais facilmente perceber quando esses preconceitos estiverem a toldar a sua visão.

4. Ouça o outro

Muitas vezes, ouvimos para responder, para solucionar, para nos defendermos, para dar a nossa opinião. Não temos de ter opinião sobre tudo; não temos de nos defender de tudo; nem sempre são precisas soluções imediatas. Às vezes, só precisamos de ouvir o outro. Não é um exercício fácil, mas é um treino de empatia muito importante.

5. Seja um exemplo

Comportamento gera comportamento. Como indivíduos que fazem parte de uma sociedade, também nós temos o dever de promover a empatia e o respeito pelos outros.

Ao calçarmos o sapato do outro, ele vai apertar nuns sítios e ficar largo noutros. Tal como esse sapato, cada pessoa tem desafios diferentes, dores diferentes, crenças diferentes. Aprendamos a respeitar essa diversidade de emoções, para criar ligações mais autênticas com quem nos rodeia.

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